terça-feira, 10 de agosto de 2010

São Luis

Município de São Luís

"Atenas Brasileira"
"Jamaica Brasileira"

"Ilha do Amor"

"Cidade dos Azulejos"


Brasão Bandeira

Hino
Aniversário
Fundação 8 de setembro de 1612
Gentílico ludovicense, são-luisense
Lema
Prefeito(a) Tadeu Palácio (PDT)
Localização

02° 31' 48" S 44° 18' 10" O
Estado Maranhão
Mesorregião Norte Maranhense
Microrregião Aglomeração Urbana de São Luís
Região metropolitana São Luís
Municípios limítrofes Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Raposa
Distância até a capital 2.157 quilômetros
Características geográficas
Área 827,141 km²
População 957.515 hab. cont. IBGE/2007
Densidade 1.157,6 hab./km²
Altitude 4 metros
Clima tropical Awh
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,778 médio PNUD/2000
PIB R$ 9.340.944 mil (BR: 29º) IBGE/2005
PIB per capita R$ 9.543,00 IBGE/2005
São Luís é um município brasileiro, nas coordenadas geográficas latitude S 2º31´ longitude W 44º16, a 24 m de altitude capital do estado do Maranhão, fundado no dia 08 de Setembro de 1612. Está localizado na ilha homônima (Upaon-açu, na antiga denominação dada pelos índios Tupinambás traduzindo "Ilha Grande"), no Atlântico Sul, entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar. É a principal cidade da Região Metropolitana Grande São Luís, possui 957.515 habitantes sendo a 16º cidade cidade mais populosa do Brasil. São Luís é a única cidade brasileira fundada pelos Franceses (ver França Equinocial), e é uma das três capitais brasileiras localizadas em ilhas (as outras são Florianópolis e Vitória). De acordo com dados do IBGE possui o 12º maior parque industrial entre as 27 capitais do Brasil . É considerada também em pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) uma das melhores cidades para se trabalhar no Brasil. São Luís é a cidade natal da famosa cantora brasileira de Samba Alcione, e escritores brasileiros como Aluísio Azevedo, Ferreira Gullar e Josué Montello, do ex-presidente do Brasil José Sarney e também de Zeca Baleiro um famoso Cantor de MPB.

Índice
1 História
2 Cultura
2.1 Patrimônio
2.2 Epítetos
3 Clima
4 Transporte rodoviário e aéreo
5 Saúde
6 Economia
7 Meios de comunicação em São Luís
8 Ver também
9 Referências
10 Ligações externas




História
Palácio dos Leões, sede do Governo EstadualNo local da cidade habitavam nativos de uma aldeia tupinambá até a chegada de franceses em 1612, vindos das cidades francesas de Cancale e Saint-Mailo comandados por Daniel de La Touche Senhor de La Ravardière, que construíram um forte e o nomearam São Luís, em homenagem prestada a Luís IX patrono da França, e ao rei francês da época Luís XIII. Os franceses se aliaram aos tupinambás na resistência aos portugueses e, 3 anos depois, em novembro de 1615,foram expulsos, sob o comando de Jerônimo de Albuquerque, que se tornou o primeiro capitão-mor do Maranhão. A curta estadia francesa e eles não terem construído uma cidade (construíram um forte) traz discussões sobre a fundação de São Luís, se foi feita pelos portugueses ou pelos franceses.

São Luís também esteve sob o controle holandês no período de 1641 a 1644. Somente depois desses ataques o governo colonial decidiu fundar o estado do Grão-Pará e Maranhão, independente do resto do país. Nessa época, a economia era baseada na plantação, e depois exportação, de cana-de-açúcar, cacau e tabaco. Conflitos entre as elites por motivos econômicos levariam à Revolta de Beckman.

Pelos idos de 1860, com o início da Guerra Civil Americana, a região passou a fornecer algodão para a Inglaterra. A riqueza proporcionada por essa atividade foi usada para modernizar a cidade, com a chegada de religiosos para lecionar nas suas escolas e a implantação de redes de água e saneamento. A cidade chegou a ser a terceira do país em população, mas no fim do século XIX a agricultura entra em decadência e, desde então, a cidade busca outras atividades para manter-se.



Cultura
Na cultura local, São Luís tem manifestações muito fortes como o bumba-meu-boi, festa de tradição afro-indígena que aflora na cidade nas festas do mês de junho. Além disso, possui o "Tambor de Crioula", o "Cacuriá", o "Tambor de Mina" (religião afro-brasileira, que tem na Casa Grande das Minas Jeje - fundada em meados do século XIX - seu mais importante terreiro, ou Querebetan). Estas manifestações acontecem no período das festas juninas.

No carnaval, a tradição de São Luís é um forte carnaval de rua. Onde os blocos populares se misturam aos brincantes e às bandinhas tradicionais.

No fim do século XVIII, o aumento da demanda internacional por algodão para atender as industrial têxtil inglesa aliado à redução da produção norte americana por causa da Guerra de Independência nos Estados Unidos forneceram o cenário ideal para o estímulo da produção algodoeira no Maranhão. As companhias de navegação Southampton & Maranham Company e Maranham Shipping Company, de transporte marítimo a vapor, que realizavam o transporte do algodão dos estados da Geórgia e do Alabama, passaram a operar no eixo São Luís – Londres ou Havre, levando a produção de Caxias e da Baixada Maranhense.

Nesse período, a fase de ouro da economia maranhense, São Luís passou a viver uma efervescência cultural. A cidade, que se relacionava mais com as capitais européias que as outras cidades brasileiras, foi a primeira a receber uma companhia italiana de ópera. Possuía calçamento e iluminação como poucas do país. Recebia semanalmente as últimas novidades da literatura francesa. As grandes fortunas algodoeiras e os comerciais locais enviavam seus filhos para estudar em Recife, Salvador, Rio de Janeiro e, principalmente, Europa.

É nessa fase que São Luís passa a ser conhecida por "Atenas Brasileira". A denominação decorre do número de escritores locais que exerceram papel importante nos movimentos literários brasileiros a partir do romantismo. Surgiu, assim, a imagem do Maranhão como o estado que fala o melhor português do país.

A primeira gramática do Brasil foi escrita e editada na cidade por Sotero dos Reis. Mesmo nos dias atuais a cidade ainda tem uma grande vocação natural para a literatura e poesia.



Patrimônio


A cidade de São Luís (Maranhão) inclui o sítio Centro Histórico de São Luís, Património Mundial da UNESCO.
(lista | critérios | signatários | em perigo)

Fachada azulejada de um prédioA cidade foi tombada pela UNESCO como Patrimônio cultural da Humanidade, em 1997. Possui um acervo arquitetônico colonial avaliado em cerca de 3500 prédios, distribuídos por mais de 220 hectares de centro histórico, sendo grande parte deles sobradões com mirantes, muitos revestidos com preciosos azulejos portugueses. Vários prédios foram restaurados; a Prefeitura, por exemplo, funciona no Palácio la Ravardière, construção de 1689.



Epítetos
"Atenas Brasileira": Devido aos filhos dos nobres que eram enviados a Coimbra(Portugal), Londres(Inglaterra) e Paris(França)para estudar e quando voltavam a maioria deles se concentravam em São Luís e no Rio de Janeiro. Devido a grande efervecência cultural que existia e ainda existe ali esse epíteto foi dado a São Luís.
São Luís também é a cidade onde a foi escrita e editada a primeira gramática do Brasil, pelo escritor Sotero dos Reis.

"Ilha do Amor": atribuído em função ao grande número de poetas que louvaram a cidade e pelo romantismo que a própria arte carrega.
"Jamaica Brasileira": o reggae chegou com força no Maranhão como um todo nos anos 70, e até hoje continua forte.
"Cidade dos Azulejos": devido a arquitetura e decoração azuleijada frontal dos antigos casarões, provenientes dos países europeus.


Clima
Pôr-do-sol em São Luís.O clima de São Luís é tropical, quente e úmido. A temperatura mínima na maior parte do ano fica entre 20 e 23 graus e a máxima geralmente fica entre 29 e 31 graus, possui duas estações distintas: a estação seca, de agosto a dezembro, e a estação chuvosa, de janeiro a julho. A média pluviométrica é de 2325 mm (CPTEC). A menor temperatura já registrada na cidade foi de 16°C no mês de Maio, e a temperatura maxima já registrada foi de 35°C no mês de Novembro. Fonte: CPTEC



Transporte rodoviário e aéreo
O Aeroporto Internacional de São Luís possui terminal com capacidade para atender um milhão de passageiros por ano. Localizado a apenas 14 quilômetros do centro da cidade, oferece aos passageiros restaurantes, praça de alimentação e espaço cultural. É servido por todas as companhias aéreas brasileiras com vôos diários, partindo das principais capitais brasileiras. A cidade conta com 5 terminais de integração(Praia Grande, São Cristovão, Cohab/cohatrac, Cohama e Distrito industrial).Com o sistema de integração é possível rodar toda São Luís e as cidades da região metropolitana pagando apenas uma passagem. Ainda têm as famosas lotações que fazem o transporte das cidades da região metropolitana (principalmente São Jósé de Ribamar) para o centro de São Luís. Os ônibus de São Lúís transportam cerca de 180 mil pessoas por dia e é operado por 19 empresas de ônibus (Autoviária Matos, Autoviaria Menino Jesus de Praga, Empresa Roma, São Benedito, 1001 Expresso, Solemar Expresso, Expresso Tapajos, Viação Abreu, Empresa Gonçãlves, Taguatur, T.C.M., Marina, Viação Mouraújo, Viação Pelé, Pericumã, Primor, Transrequinte e Litoral) que juntas têm uma frota de mais de 800 veículos além de ter um moderno sistema de bilhetagem eletrônica.



Saúde
Dentre os hospitais da cidade merecem destaque o Hospital Sarah do Aparelho Locomotor, um importante centro de reabilitação locomotora e ortopédica do Brasil.



Economia
A economia maranhense foi uma das mais prósperas do país até a metade do século XIX. Todavia, após o fim da Guerra Civil dos Estados Unidos da América, quando perdeu espaço na exportação de algodão, o estado entrou em colapso; somente após o final da década de 60 no século XX o estado passou a receber incentivos e saiu do isolamento, com ligações férreas e rodoviárias com outras regiões.

A inauguração do Porto do Itaqui, em São Luís, atualmente o segundo em profundidade no mundo, ficando atrás apenas do de Rotterdam, na Holanda, e um dos mais movimentados do país, serviu para escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Serra dos Carajás, atividade explorada pela Companhia Vale do Rio Doce. A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte americanos fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior navegação de cabotagem. A economia ludovicense baseia-se na indústria de transformação de alumínio, alimentícia, turismo e nos serviços. São Luís possui o maior PIB do estado, sediando duas universidades públicas(UFMA e UEMA) e vários centros de ensino e faculdades particulares. Segundo o último levantamento de dados do IBGE a cidade de São Luís possui o PIB de R$ 9.340.944.000,00 sendo assim a 29º economia nacional entre os mais de 5.560 municípios brasileiros, e ocupando a 14º Posição entre as capitais

Natal

A história da fundação de Natal confunde-se com a história da fortaleza dos Reis Magos, uma das mais belas, sugestivas e bem - edificadas de todo o litoral brasileiro.

Sua construção foi iniciada em 6 de janeiro de 1598 (dia dos Reis Magos), pela esquadra colonizadora de Manoel Mascarenhas (capitão-mor de Pernambuco), em cumprimento às cartas régias de Felipe II, na época em que os reinos da Espanha e Portugal estavam unificados.

Além de constituir um importante ponto de apoio para a então Capitania do Rio Grande, ocupada pelos franceses, que já haviam estabelecido um bom relacionamento com os índios potiguares para fins comerciais, a fortaleza acabou sendo o primeiro núcleo que deu origem a cidade de Natal, fundada no dia do Natal do ano seguinte, por Jerônimo de Albuquerque, a quem Manoel Marcarenhas havia entregue o comando daquela fortificação.

Em 1633 a fortaleza foi tomada pelos holandeses num sangrento combate, quando passou a se chamar Castelo Keulen, e a cidade de Natal foi rebatizada como Nova Amsterdã. Somente em 1654 ela retornaria ao domínio português.

Os holandeses ainda fundariam uma outra colônia com o mesmo nome, na América do Norte, mas seriam novamente expulsos em 1664, desta vez pelos ingleses, que passaram a chamá-la de Nova York.

Durante o século XVII ainda partiram do forte as expedições pioneiras para fundar os povoados que mais tarde deram origem aos estados do Ceará, Maranhão e Pará.

Da Segunda Gerra ao turismo

A influência das bases americanas, instaladas em Parnamirim durante a Segunda Guerra Mundial, transformou definitivamente Natal.
A população havia quase duplicado e a cidade teve seu nome conhecido por milhões de cidadãos pelo mundo. Contudo, apesar de irônico, quem primeiro descobriu as belezas de Natal foram os americanos. Na época os natalenses viam o banho de mar como pouco higiênico e as praias eram freqüentadas somente por pescadores e a população mais pobre.

Os militares americanos quebraram esse tabu e tornaram algumas famosas, como a Praia dos Artistas, que recebeu esse nome por causa das muitas personalidades que eram vistas no lugar. Nos anos pós-guerra, a cidade continuaria a se desenvolver e sua população cresceria para mais de 400.000 pessoas. No contexto nacional, todavia, sua influência foi minimizada por Recife, que se tornou o ponto de partida para a África, Europa e Estados Unidos. Ainda nos anos 50 e 60, o potencial turístico de Natal permanecia praticamente desconhecido. Foram somente alguns anos mais tarde que esse quadro iria mudar... definitivamente.

A construção da Via Costeira, acesso à praia de Ponta Negra, que até o início dos anos 80 era um lugar distante e isolado, foi um marco importante. São 10 km à beira-mar, com áreas edificáveis somente entre a rodovia e a praia.

Ela é protegida do avanço imobiliário pelo Parque da Dunas, a segunda maior floresta urbana do país, com fauna e flora típicas do início da colonização. Se adequadamente preservada, a Natal do terceiro milênio terá como símbolo a Via Costeira.

Recife Historia, cultura

A cidade foi fundada pelos portugueses em 1537 e permaneceu portuguesa até a independência do Brasil, com a exceção de um período de ocupação holandesa no Século XVII, entre 1630 e 1654, a maior parte do tempo sob o governo de Maurício de Nassau ('Mauritsstad'). A aldeia foi elevada a vila e conselho com o nome de Santo Antônio das Cacimbas do Recife do Porto em 1709, e tornou-se cidade em 1823. Durante os anos anteriores à invasão da Companhia das Índias Ocidentais, o povoado do Recife existiu apenas em função do porto e à sombra da sede Olinda, local que a aristocracia escolheu para residir devido à sua localização previamente fortificada, segundo a concepção portuguesa. Por isso mesmo, ergueram-se fortificações e paliçadas em defesa do povoado e do porto do Recife, todas elas voltadas para o mar. Conclui-se, dessa forma, que os nativos não representavam ameaça maior aos colonos. Os temores voltavam-se para o oceano por conta dos constantes ataques ao litoral da América Portuguesa pela navegação de corso e pirataria. Ainda no final do século XVI o "povo dos arrecifes" foi atacado e saqueado pelo pirata inglês James Lancaster, que, com três navios, derrota a pequena guarnição responsável pela defesa do porto, a qual contava com apenas sete peças de artilharia forjadas em bronze. Entre os anos de 1620 e 1626 o então governador Matias de Albuquerque procura estabelecer posições fortificadas no porto do Recife a fim de que se pudesse evitar outro ataque como aquele, bem como dissuadir a Companhia das Índias Ocidentais da idéia empreendida na Bahia em 1624.



Governo Holandês
Mauritsstad, Mauritiópolis ou 'Mauricéia foi a capital do Brasil holandês e fica onde hoje é a cidade do Recife, e foi governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos Países Baixos) Maurício de Nassau (em alemão Johann Moritz von Nassau-Siegen; em neerlandês Johan Maurits van Nassau-Siegen). Foi a maior metrópole da América do Sul no século XVII, e durante o governo nassoviano contou com a segunda melhor malha viária das Américas, perdendo apenas para a Filadélfia.


Mauritsstad
Vista da Cidade Maurícia (Recife) Gravura em água forte, 38 x 50 cm, de Pieter Schenck, baseada em desenho de Frans Post, 1645, para o livro Rerum in Brasilia et alibi gestarum de Caspar Barlaeus. Acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro.Desembarcando na Nieuw Holland, a Nova Holanda (o Nordeste do Brasil) acompanhado com uma equipe de arquitetos e engenheiros, o conde se empenhou na construção da Maurisstad, a cidade Maurícia. Célebres por aplacar as tiranias do Mar do Norte, os técnicos de Nassau, "arquitetos da cultura", devem ter achado bem mais fácil domar os desatinos do rio Capibaribe e secar os mangues e os pântanos circunvizinhos à minúscula Recife de então. Foi deles o projeto de dotar a cidade de pontes, diques e canais que permitiram-na defender-se das águas desordeiras que a cercavam.

A intenção dele era fazê-la estupenda, a capital do império holandês das Américas (composto então por uma cadeia de fortalezas que iam do Forte Schoonenburg, no Ceará, até o Forte Maurits, na embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas, uns 1500 km mais ao sul). E isso sem mencionar os seus domínios africanos que englobavam uma série de feitorias na Guiné e Angola situadas no outro lado do Atlântico. Controlando diretamente o açúcar simultaneamente às bocas do tráfico negreiro, o "ouro doce" ficava inteiramente nas mãos da WIC (West Indische Compagnie), a grande empresa holandesa daqueles tempos, a quem ele representava como General-governeur (de 1637 a 1644).


Tolerância e curiosidade
Enquanto na Europa monarcas católicos e protestantes se enfezavam na terrível Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), João Maurício, principe partidário da tolerância, criou em Pernambuco o único espaço em que, deveras, se permitiu a liberdade religiosa, autorizando o funcionamento das igrejas católicas e da sinagoga judaica (aberta em 1642, a primeira da América do Sul), num raro convívio harmônico com os templos calvinistas.

De fato, ele não era apenas um narcisista. Era um humanista renascentista, um entusiasta da ciência e das belas artes. Ao embarcar para o Brasil, em outubro de 1636, na frota não vieram apenas soldados, mas por igual, seguindo as pegadas de Alexandre o Grande na Ásia, trouxe uma plêiade de naturalistas e pintores. Com eles fazia suas caminhadas pelo litoral e pelo sertão de Pernambuco para satisfazer sua imensa curiosidade pelo país recém conquistado.

Enquanto Frans Post e Albert Eckhout imprimiam em telas memoráveis as paisagens e os "exóticos" habitantes da província açucareira, usando na composição delas o que havia de melhor e mais avançado entre os equipamentos de observação da época ( são os únicos testemunhos pictóricos do Brasil do século XVII), dois outros homens de ciência, o médico Willem Piso e o naturalista alemão Georg Marggraf, lançaram-se no estudo da farmacopéia local, das doenças tropicais, da fauna e da flora de um modo geral. Enquanto isso, o arquiteto Pieter Post, irmão de Frans, erguia à sombra da floresta, o estupendo palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda e também o prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo.


Na galeria de arte
Anos depois, já de volta à Holanda, o dr. Piso publicaria a monumental Historia Naturalis Brasiliae, em 1648. Obra que, mais tarde, inspirou as atividades dos naturalistas Alexander von Humboldt e Auguste de Saint-Hilaire. A expedição cientifica de Nassau, que encerrou-se com a volta dele para a Holanda em 1644, depois dele ter-se desentendido com a Companhia, foi a única que o Brasil até então conhecera. Organizou então um livro que registrasse os seus profícuos anos que passou no Brasil, contando para tanto com a colaboração de Caspar Barlaeus, autor da "Rerum per octenium in Brasilia..." editado em 1647. Outra expedição científica de igual importância somente deu-se com a chegada da Missão Francesa, em 1819, nos tempos de D. João VI, 175 anos depois!

Residindo por fim em Haia, João Maurício, que no seu diário deixou páginas de embevecimento com os anos estimulantes e produtivos que passou no Brasil, tornou a sede do Stadhouder, o palácio do governo holandês, no Mauritshuis, uma galeria de arte. Conviveu lá com as obras-primas de Vermeer, de Rembrandt, de Frans Hals, e de tantos outros gênios seus contemporâneos. Há pouco, no 17 de junho passado, três cidades celebraram os 400 anos do nascimento dele, ocorrido em 1604: Dillenburg, na Alemanha, sua cidade natal; Recife, no Brasil, que ele transformou; e Haia, na Holanda, onde ele administrou. Para muitos, que denominaram a administração Nassau como "parênteses luminoso", foi um dos poucos governos sérios que o Brasil teve nos seus três séculos de colônia dos europeus



Geografia
Praça Rio Branco (Marco Zero), RecifeO Recife é conhecido como "Veneza Brasileira" - graças à semelhança fluvial com a cidade européia. Cercado por rios e cortado por pontes, é cheio de ilhas e mangues que magnificam sua geografia. Ali acontece o encontro dos rios Beberibe e Capibaribe que deságuam no Oceano Atlântico. A cidade conta com dezenas de pontes, entre elas a mais antiga do Brasil, a ponte Maurício de Nassau.

A altitude média em relação ao nível do mar é de 4m, porém há algumas áreas da cidade que se localizam abaixo do nível do mar. A cidade se localicaliza na latitude de 8º 04' 03S e longitude de 34º 55' 00O.

Rua da Aurora

Vegetação
Mata Atlântica: uma pequena área dessa mata se localiza no bairro de Dois Irmãos.
Manguezal: localizado em várias áreas próximas às margens do rio Capibaribe.


Clima
O Recife tem um clima tropical, com alta umidade relativa do ar. Apresenta temperaturas equilibradas ao longo do ano devido à proximidade da cidade em relação ao mar. Janeiro possui as temperaturas mais altas, sendo a máxima de 30°C e a mínima de 25°C, com muito sol. Julho possui as temperaturas mais baixas, sendo a máxima de 27°C e a mínima de 20°C, tendo muita chuva. A temperatura média anual é de 25,2°C.

Gráfico climático para o Recife
J F M A M J J A S O N D
53 3025 84 3025 160 3024 221 2924 267 2823 277 2823 254 2722 152 2722 64 2823 25 2924 25 2924 28 2925
Temperaturas em °C • Precipitações em mm



Gráfico climático para Recordes
J F M A M J J A S O N D
53 3422 84 3421 160 3421 221 3421 267 3221 277 3219 254 3118 152 3118 64 3219 25 3320 25 3321 28 3321
Temperaturas em °C • Precipitações em mm



Transportes

Porto
O Porto do Recife localiza-se no Recife Antigo, ao lado da Praça Rio Branco (Marco Zero). No período holandês, o porto era um dos mais desenvolvidos do Brasil.


Aeroporto
Aeroporto Internacional dos Guararapes- Gilberto Freyre.


Transporte urbano
O Recife foi palco da inauguração do primeiro sistema urbano de transporte sobre trilhos, a chamada Maxambomba.. Antes, o sistema de transporte era atendido por bondes puxados por burro. A maxambomba foi substituída por bondes elétricos no século XX. Em 1960, os bondes foram substituídos por ônibus elétricos. Paralelamente, houve a implantação de transporte por Ônibus.

As linhas de trem da Great Western, antecessora da Rede Ferroviária Federal, também faziam o transporte público urbano. Foram substituídas pelo Metrô do Recife.



Divisão política


Demografia
Vista da praia de Boa Viagem.Segundo estimativas de 2007 do IBGE, o Recife possuía 1.533.580 habitantes em uma área de 217,494 km², o que resulta em uma densidade demográfica de 7.051,17 hab./km². Em 2005, registrou-se um PIB nominal de R$ 16.664.468 mil (e per capita de R$ 11.102,00).

Bairros mais populosos: Boa Viagem (100.388 hab), Casa Amarela (69.134 hab), Várzea (64.512 hab)

Taxa de alfabetização da população de 5 anos ou mais: 86,61%

Proporção de crianças alfabetizadas na faixa de 5 a 9 anos: 55,70%

Proporção de crianças alfabetizadas na faixa de 10 a 14 anos: 92,47%

Composição etária da população (2000):

0 a 14 anos: 26,16%
15 a 64 anos: 67,33%
64 anos e mais: 6,51%
Crescimento Populacional do Recife Ano Habitantes
1630 7.000
1654 8.000
1709 12.000
1790 15.000
1810 25.000
1838 60.000
1872 126.671
1890 111.000
1900 113.106
Ano Habitantes
1920 238.843
1940 348.424
1950 524.682
1960 788.336
1970 1.060.701
1980 1.203.899
1990 1.288.607
2000 1.422.905
2006 1.515.052

Com um PIB de mais de dezesseis bilhões de reais, a economia é majoritariamente de comércio, prestação de serviços e do Turismo.

A Região Metropolitana do Recife é a mais populosa do Nordeste e a quinta maior do Brasil, segundo dados oficiais do IBGE/2007.

Crescimento anual e densidade
Taxa de crescimento geométrico anual: 1,09 (2000/2007)

Bairros com maiores taxa de crescimento geométrico anual (1991/2000): Sítio dos Pintos (9,92), Caçote (6,56) e Passarinho (6,47).

Bairros mais densos: Alto José do Pinho (299,57); Brasília Teimosa (292,78); Mangueira (290,05)



Grupos étnicos
A maioria dos brancos da cidade é de ascendência portuguesa e holandesa. As pessoas pardas são uma mistura de europeu com o negro e índio, variando de claro a escuro, podendo ter uma pele amarelada ou marrom. As pessoas negras são de ascendência africana. Aqueles de origem asiática ou indígena são o menor grupo étnico da cidade.



Turismo
Galo da MadrugadaCidade que guarda grandes riquezas histórico-culturais e belas praias urbanas, o Recife atrai turistas de todo o mundo. Destacam-se entre os motivos desta atração as manifestações culturais como o Carnaval e o São João.

O Recife é uma cidade multicultural, com músicas e danças de origem africana, indígena e brasileira em seu carnaval.

Como resultado da abundância cultural, vêm títulos curiosos, como o de abrigar a maior agremiação carnavalesca do mundo - o Galo da Madrugada, do qual se estima que participem dois milhões de pessoas (mais que a população da cidade) vindas de todo o Brasil.

Num passeio de barco, o turista vai conhecer o Parque das Esculturas de Francisco Brennand. Existe, também, o museu do Instituto Ricardo Brennand. Ao longo do ano, ocorrem diversas exposições no Centro de Convenções, que é o segundo maior do Brasil, entre elas a Bienal do Livro.

Existem, também, as praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa.



Economia
Composição econômica da Cidade do Recife Comércio
66,1%

Indústria
14,9%

Impostos
18,8%

O Recife teve um PIB de aproximadamente 16,7 bilhões de reais em 2005. O PIB per capita da cidade atingiu 11.102 reais. Dois terços do PIB do Recife são do comércio e serviços, evidenciando a vocação da cidade para o setor. O PIB da cidade corresponde a um terço do PIB total do estado. O grande desenvolvimento de alguns ramos fez nascer na cidade pólos de excelência.



Pólo médico
Veja mais abaixo Saúde


Pólo de TI
Principalmente por conta do Porto Digital, que abriga diversas empresas, o Recife é considerado um dos mais importantes pólos de tecnologias da informação do Brasil. O Porto Digital, que abriga cerca de cem empresas, entre elas multinacionais como Motorola, Borland, Informe Air, Oracle, Sun e Nokia, é reconhecido pela A. T. Kearny como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas, gerando três mil empregos e participando com 3,5% do PIB do Estado de Pernambuco, com um superávit anual de 9,6 milhões de reais.



Pólo da construção civil
Um terceiro destaque está na forte indústria de construção civil, uma das maiores do País. Segundo o site Emporis, o Recife tem cerca de 1.316 arranha-céus (considerados pelo website prédios acima de doze andares). A cidade é superada neste indicador apenas por São Paulo e Rio de Janeiro, que têm áreas municipais mais de cinco vezes superiores a ela.



Centro de compra
O Shopping Center Recife, o maior centro de compras do Norte/Nordeste, conta com 465 lojas, dez salas de cinema, oito restaurantes, quatro praças de alimentação, e mais de cinco mil vagas de estacionamento. Um de seus grandes diferenciais e atrativos é o Pátio das Esculturas, uma das maiores áreas de exposições múltiplas do Nordeste. Há também os centros de compra Shopping Center Tacaruna, Plaza Shopping Casa Forte, Shopping Paço Alfândega e Shopping Boa Vista.



Órgãos e empresas


Educação


Analfabetismo
Analfabetismo (IBGE/2000)
Faixa etária Analfabetos(%)
< 15 anos
> 15 anos 10,55%


Ensino fundamental e médio
Ensino Fundamental e Médio (IBGE/2003)
Alunos matriculados Professores
Fundamental 282.305 12.097
Médio 97.687 5.262


Ensino superior
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Universidade de Pernambuco (UPE)
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
Há também dezenas de outras universidades e faculdades particulares de médio e pequeno porte.


Saúde
O Recife dispõe do mais importante pólo médico do Norte/Nordeste e o segundo maior do Brasil. Formado por 417 hospitais e clínicas, esse pólo médico oferece um total de 8,2 mil leitos e, segundo o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco, registrou em 2000 um faturamento de 220 milhões de reais. É graças ao pólo que Pernambuco dispõe, proporcionalmente, de mais aparelhos de tomografia computadorizada do que países como o Canadá ou a França. Boa parte dos modernos hospitais que integram o pólo está localizada entre os bairros do Derby e da Ilha do Leite.

Dados da saúde de acordo com o IBGE:

8.875 leitos hospitalares, dos quais 6037 disponíveis para pacientes do sistema único de saúde (2003, IBGE).
Mortalidade infantil: 38,0 p/mil (Ministério da Saúde/1998).
Esperança de vida ao nascer: 68,6 anos (IBGE, Censo 2000).


Requalificação urbana
Para atender às novas necessidades da metrópole, os governos federal, estadual e municipal, mais diversos órgãos e empresas nacionais e internacionais, estão trabalhando em conjunto para a transformação de vários setores do Recife. Habitação, transporte, turismo, lazer, segurança, meio-ambiente e cultura são os principais aspectos explorados pelas novas obras e projetos.

Complexo Turístico Cultural Recife/Olinda - visa à transformação dos bairros costeiros Pina, Brasília Formosa, Cais José Estelita, Santo Antônio, São José, Recife Antigo e Porto do Recife, Tacaruna e Sítio Histórico de Olinda. Esses bairros serão adequados aos novos empreendimentos imobiliários, com a construção de hotéis, edifícios residenciais, centros comerciais e empresariais, parques públicos, sempre respeitando os aspectos culturais, ambientais e históricos.
Os estudos foram realizados pela empresa portuguesa Parque Expo, que desenvolveu o projeto da Expo '98 em Lisboa, Portugal.

A cidade e o Rio.Prometrópole - visa a melhorar a qualidade de vida de mais de 1,2 milhão de moradores de favelas e de áreas irregulares da Região Metropolitana do Recife, aumentando o acesso a serviços de água, saneamento, habitação, transporte e escoamento. O projeto Prometrópole inclui um alto grau de participação comunitária e busca realizar melhorias nas edificações e na infra-estrutura das comunidades de baixa-renda na bacia do rio Beberibe dentro da região metropolitana. Serão financiadas obras no sistema hídrico, em saneamento básico, em reassentamento e em projetos-piloto para testar alternativas de parcelamento de terra.
Também serão feitos investimentos complementares no tratamento de águas, administração de aterros sanitários, reabilitação de terrenos e criação de áreas de recreação. O projeto também buscará fortalecer a capacidade institucional do estado e dos governos locais para planejar, implementar e gerenciar serviços descentralizados de infra-estrutura. O Prometrópole focaliza não apenas os investimentos físicos, mas também busca maneiras para se evitar a formação de assentamentos irregulares, racionalizando os mercados de terra e regularizando a posse em áreas de baixa-renda. O custo total do projeto será de 84 milhões de dólares, dos quais o Banco Mundial financiará 46 milhões de dólares. O governo do estado de Pernambuco e os municípios do Recife e de Olinda participarão com uma contrapartida de 38 milhões de dólares. Este empréstimo de Investimento Específico do BIRD, financiado em moeda única com base na LIBOR, têm um período de carência de cinco anos e um prazo de quinze anos.

Imagem do Recife e Região Metropolitana feita pelo satélite Landsat 7/ETM+ da Nasa.Via Mangue - a prefeitura apresenta a Via Mangue, projeto que diminuirá os problemas de trânsito da Zona Sul recifense. Trata-se de uma avenida que vai ligar o Pina diretamente às ruas que margeiam os canais Setúbal e Jordão, desafogando o fluxo de veículos em toda a região.
A principal característica da Via Mangue é a compatibilidade entre a preservação do meio ambiente e a melhoria do trânsito. Outro objetivo importante é a inclusão social, pois o projeto prevê a retirada, relocação e construção de moradias para cerca de 1.100 famílias residentes em áreas críticas.

Corredor Leste/Oeste - o Corredor Leste-Oeste, área exclusiva para circulação de ônibus que ligará a Avenida Caxangá, na Zona Oeste, ao Centro do Recife, custará doze milhões ao município, permitirá uma redução do tempo de viagem dos ônibus em até 30 minutos (ida e volta) e beneficiará mais de 300 mil pessoas, criando uma ligação direta entre o Centro da capital e municípios como Camaragibe e São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana. O novo corredor será uma continuidade da avenida Caxangá. Seguirá pela Rua Benfica, passará pelo Derby, chegando à Avenida Conde da Boa Vista, até o cruzamento com a Rua da Aurora (na Ponte Duarte Coelho). O projeto beneficiará diretamente as linhas do Sistema Estrutural Integrado (SEI) que circulam pelas Avenidas Caxangá e Conde da Boa Vista. Essa última responde por quase 30% da demanda de usuários de todo o Sistema de Transporte Público de Passageiros do Grande Recife (STPP), atualmente transportando 1,8 milhão de pessoas por dia. No Derby, o corredor ganhará um terminal de passageiros, semi-aberto e com 66 metros quadrados. As paradas ficarão nas laterais e, por isso, a circulação será exclusiva para os ônibus, que poderão fazer ultrapassagens. Os carros terão que utilizar vias no entorno da Praça do Derby para chegar à área da Rua Benfica. Na Avenida Conde da Boa Vista, o corredor volta a ser central. Os ônibus circularão nas faixas do meio, enquanto os veículos particulares terão uma pista de cada lado da avenida. Cinco estações de passageiros estão previstas no cruzamento com as Ruas Dom Bosco, Oswaldo Cruz, Soledade, Gervásio Pires e do Hospício.
Dois novos bairros surgirão, construídos pelo Grupo JCPM. No local da antiga fábrica da Bacardi, no Pina, surgirá um novo bairro residencial. Com torres de mais de 25 andares, shopping centers, piers, centros educacionais e empresariais. Nas cercanias do Shopping Center Recife, serão construídos edifícios residenciais, com projetos modernos e arrojados, o primeiro Centro de Convenções Privado do Nordeste e um parque de manguezal.


Estatísticas e indicadores socioeconômicos
IDH (PNUD/2000)
1991 2000
Renda 0,726 0,770
Longevidade 0,676 0,727
Educação 0,818 0,894
Total 0,740 0,797
Serviço (IBGE/2005)
Domicílios (%)
Água 88,0%
Esgoto sanitário 78,1%
Coleta de lixo 96,2%

A Historia de Aracaju

Logo após o descobrimento do Brasil em 1500, algumas áreas da nova colônia de Portugal encontravam-se em estado de guerra devido ás divergências culurais entre índios, negros escravos e os invasores de outros países da Europa. Um desses territórios de conflito situava-se no nordeste brasileiro entre os rios Real e São Francisco. A necessidade de conquista-lo e acabar com as brigas entre índios, franceses e negros, que não aceitavam o domínio português, era de extrema urgência para o trono, pois manter a ordem era uma questão de segurança, além de se tratar de um ponto estratégico, pois o território estava localizado exatamente no meio de dois grandes pólos, as capitanias de Pernambuco e Bahia.
Um dos últimos do Brasil a se encontrar neste estágio, o território de Sergipe Del Rei foi uma espécie de zona franca muambeira onde os piratas franceses, que entravam pelas barras dos rios Sergipe, Real e Vaza-Barris (também conhecido como Ipiranga) faziam a festa com o comércio clandestino entre índios da região.

O local onde se encontra o município de Aracaju era a residência oficial do temível e cruel cacique Serigy, que segundo Clodomir Silva no "Álbum de Sergipe", de 1922, dominava das margens do rio Sergipe às margens do rio Vaza-Barris.

O aviso dos navegantes.

Os navegantes costeiros daquela época subiam a costa brasileira fazendo anotações nos diários de navegação, mesmo quando costeavam o litoral norte da Bahia, conhecida por não possuir bons ancoradouros. Passada a barra do rio Real e até depois da barra do rio São Francisco, uma estranha amnésia coletiva impediu que eles fizessem anotações.

Entre as duas barras estendiam-se cerca de 170 km de costa - uma costa cega, no jargão marítimo, pois não havia sombra de nenhum vilarejo. Atrás da costa se alongavam as "ferozes terras sergipanas". A beleza da costa impressionava tanto que, diz o lenda, os navegadores apenas escreviam frases como "não há depois do céu mais formosura". Isto talvez explique a misteriosa falta de anotações marítimas. Lendas à parte, o litoral sergipano realmente se destaca dos demais no nordeste brasileiro, por possuir características peculiares, como ausência de recifes e pedras, estuários e a foz de vários rios que desembocam no mar transformando o encontro das águas num espetáculo ímpar.

Território difícil.

A primeira tentativa de dominar a região foi em 1575. Durante o governo de Luiz de Brito de Almeida, padres jesuítas da Cia, de Jesus iam tentando catequizar e pacificar os índios. O intrépido padre Gaspar Lourenço fundou várias missões em Sergipe sem, contudo, ir além das margens do Vaza Barris. No início os índios aceitaram a catequese, mas depois resistiram, malogrando, desta forma, a primeira tentativa da conquista de Sergipe.

Em 1588, autorizado pelo rei de Portugal, Francisco Giraldes, nomeado Governador Geral do Brasil, determinou uma guerra pra resolver o problema no território de Sergipe, mas morreu antes mesmo de chegar ao Brasil, sem assumir o governo nem iniciar a guerra. Enquanto isso... em Sergipe Del Rei as desavenças continuam... Os franceses se divertem... e Serigy reina absoluto nas belas terras.

Cristóvão de Barros é designado como sucessor e em 1589 promove a guerra tão sonhada pelo trono português, expulsando os franceses, aprisionando os negros da Guiné que fugiram da 8ahia e acabando com o reinado de Serigy.

A sangrenta guerra promovida por Cristóvão de Barros foi um divisor de águas entre a pré-história de Sergipe e sua verdadeira história, onde não faltam demonstrações de força, coragem e dignidade de um povo heróico, brado e retumbante.

Poucos anos depois da guerra, quando as coisas já haviam se acalmado nas terras sergipanas, Cristóvão de Barros funda a cidade de São Cristóvão. Alguns historiadores acreditam que o nome é em homenagem a um amigo homônimo, Cristóvão de Almeida, um oleiro que viveu 128 anos, mas há uma possibilidade bastante evidente de marketing pessoal.

Após a guerra, algumas edificações foram erguidas, além do pequeno forte e do paiol que já existiam. Em 1596 a terra começa a ser distribuída através das Cartas de Sesmaria e a Quarta cidade fundada no Brasil começa aos poucos a prosperar. As principais atividades econômicas giravam em torna da extração do pau-brasil, cultivo da cana-de-açúcar e criação de bovinos. Outros povoados vão se erguendo ao longo do fértil Vale do Cotinguiba.

O crescimento do Vale e a prosperidade em outros extremos do território sergipano evoluíram e quase três séculos depois a região chegará a um impasse - como escoar toda a produção ?

Aracaju - uma cidade que já nasceu capital.

A província de Sergipe crescia em produtividade mas não conseguia dar vazão a toda produção. A criação de um porto no Vale do Cotinguiba (atualmente Rio Sergipe), seria a opção mais racional.

Em 1832 começam os pensamentos de mudança. Sebastião Gaspar de Almeida Boto propôs ao conselho a transferência da capital para Laranjeiras. Em 1835 Inácio Barbosa, presidente da província, retoma o assunto, mas com outra preferência.

O porto de São Cristóvão escoava duas mil sacas de açúcar enquanto pela Barra do rio Sergipe saiam 25 mil sacas oriundas da região do Vale. Era uma questão bastante delicada a construção do novo porto, pois a transferência da capital seria inevitável e muitas figuras ilustres de São Cristóvão não tinham o menor interesse em ver as terras desvalorizadas. Estamos na primeira metade do século XIX.

Outros motivos para a mudança.

São Cristóvão já apresentava traços de decadência. Muitas ruas sem calçamento, estreitas e tortuosas. Havia poucos prédios públicos, o comércio era modesto e as transações comerciais inexistentes. Não havia nenhuma casa estrangeira de arte e intercâmbio cultural, ou indústria. Mas o principal motivo era a questão hidrográfica, por situar-se no fundo do Rio Paramopama com dependência de marés e dificuldades para navegação, com marés baixas que não permitiam nem o fluxo de canoas, muito menos a construção de um porto. São Cristóvão, apesar do romantismo colonial com belos casarios e sobrados, calçadas de pedras portuguesas e mosaicos de azulejos nas fachadas, era o lugar menos próprio para ser capital de uma província que crescia e se moldava aos tempos modernos. A escolha de novo local - Uma cidade Mangue beat. No povoado de Santo Antônio do Aracaju já existia uma escola e uma capela - o templo religioso mais antigo de Aracaju.

Inácio simpatizava com esta opção, mas apresentou duas alternativas aos deputados. Na primeira, a capital sergipana passaria a ser na Barra dos coqueiros, na época pertencente ao município de Santo Amaro das Brotas. Situada na margem esquerda do rio Sergipe, possuía boa localização mas existia um clima ardente e poucas nascentes de água potável. A segunda opção era o povoado de Santo Antônio na margem direita do mesmo rio, com fartura de água e tendo ao fundo o fértil município de N. Sra. do Socorro. Inácio era um homem inteligente e através de relatórios, ingenuamente tendenciosos, conseguiu a simpatia de alguns parlamentares.

O presidente convocou uma sessão extraordinária que pegou os deputados de surpresa. No dia 02 de março de 1855, a Assembléia Legislativa da Província foi convocada para uma sessão em uma das poucas casas que existiam na praia do Aracaju. O projeto era a elevação do povoado Santo Antônio à categoria de cidade e, automaticamente, capital. A perplexidade dos deputados foi tão grande que muitos votaram a favor e só perceberam exatamente do que se tratava quando no término da sessão se depararam com a paisagem exuberante das praias do Aracaju, os areais, brejos e manguezais e não conseguiam compreender como um lugar pantanoso e desabitado se tornaria a capital da província.

A estratégia ardilosa de Inácio já havia sido alinhavada no ano anterior quando transferiu para o povoado de Santo Antônio do Aracaju a alfândega, a Mesa de Rendas Provinciais e mandou construir uma agência do correio e uma sub delegacia de policia.

Após todas essas manobras políticas nada mais poderia impedir a marcha do projeto, e em 17 de março de 1855 a Lei é sancionada. Foi um alvoroço, uma verdadeira subversão política, econômica e social. Aracaju já nasceu capital. Esta ousadia é uma das marcas da cidade que perdura até os dias atuais.

Um tabuleiro de xadrez.

O plano urbanístico de Aracaju desafiou a capacidade da engenharia da época. A cidade foi implantada numa área de pântanos e charcos. O desenho urbano foi elaborado por uma comissão de engenheiros, tendo como responsável Sebastião 8asilio Pirro.

Pirro elaborou um plano de alinhamento. Dentro de um quadrado de 540 braças, ou seja, 1.188 metros, estavam traçados quarteirões iguais, de forma quadrada, com 55 braças de largura, separados por ruas de 60 palmos. Era a simplicidade e o rigor geométrico.

Esta primeira concepção só feria seus limites extrapolados após cinqüenta anos, quando a população menos abastada começou a pular o "quadrado de Pirro".

Alguns estudos a respeito de Aracaju propagaram a idéia de que o plano da cidade havia sido concebido a partir da implantação dos modelos de vanguarda na época - Washington, Chicago, 8uenos Aires.

O centro do poder político - administrativo, (atual praça Fausto Cardoso) foi o ponto de partida para o crescimento da cidade. Todas as ruas foram arrumadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, para desembocarem no rio Sergipe.

Até então, as cidades existentes antes do século XVII, adaptavam-se às condições topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs-se a essa irregularidade e Aracaju foi no Brasil, o primeiro exemplo dessa tendência geométrica.

Nem tudo são flores.

Como era de se esperar, a Câmara de São Cristóvão protestou e fez muito barulho. Reclamou ao presidente da província, ao Governador Geral do Brasil, ao trono de Portugal, só faltou o Papa, mas nada adiantou. Após muitas lutas e discussões a mudança foi aceita.

O primeiro ano.

O que estava por vir abalaria os alicerces da cidade em construção. No ano de 1856 dois duros golpes afetaram o andamento das coisas: a morte de Inácio, o idealizador, e a epidemia de cólera que assolava o Brasil. A sorte da jovem capital estava lançada. Se outras cidades que já contavam com o funcionamento de todos os órgãos, inclusive hospitais públicos, sofreram, imaginem a tragédia na praia do Aracaju, pois para começar, faltava a cidade.

O mais inexplicável é o fato de uma série de acontecimentos negativos não terem provocado uma reação em cadeia nos moradores, o que seria facilmente alimentada pelos inimigos da nova capital, já sem seu principal defensor. Paradoxalmente, a morte de Inácio Barbosa e a epidemia de cólera salvaram a cidade. Não se podia duvidar da força e da resistência de um organismo que, recém-nascido, conseguiria sobreviver a tão duras provações. Era a prova de que Aracaju seria uma cidade de gente que não se deixa abater e que está sempre disposta a recomeçar, a ressurgir das cinzas, como Fênix.

A carência de materiais e a falta de operários qualificados na construção civil foi outro problema grave. As conseqüências disto poderiam ser hilárias se não fossem perigosas - o telhado da Mesa de Rendas ruiu, as paredes do quartel desaprumaram e as bicas do Palácio do Governo despejavam água para dentro do edifício, sem citar os prejuízos maiores e os sustos de alguns moradores. Mas nada poderia impedir o desejo daquelas pessoas.

As primeiras décadas.

Somente em 1865 a cidade se firmou. Era o término de uma década de lutas contra o meio físico e contra as pessoas que não eram a favor do grande sonho. A partir desta data ocorre um novo ciclo de desenvolvimento, que dura até os primeiros e agitados anos após a proclamação da república.

Em 1884 surge a primeira fábrica de tecidos, marcando o inicio do desenvolvimento industrial. A resolução 568 de 4 de janeiro de 1864 expandiu os limites do município. Em junho de 1886, Aracaju já possuía uma população de 1.484 habitantes, já havia a imprensa oficial além de algumas linhas de barco para o interior.

Um único médico, também professor, Pedro Autran da Mata, atuava legalmente na capital. Nos anos seguintes outros profissionais liberais vieram, oriundos principalmente das faculdades da Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 1900 inicia-se a pavimentação com pedras regulares e são executadas obras de embelezamento e saneamento.

Os bondes de burro chegam em 1908 e em 1926 são substituídos pelos bondes elétricos. É a modernidade chegando e Aracaju tinha que aderir aos novos inventos.

As principais capitais do país sofriam reformas para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Aracaju, que já nasceu vanguarda, acompanhava e em 1908 é inaugurado o serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 é a vez dos esgotos sanitários e no mesmo ano chega a estrada de ferro.

A comunicação entre o povoado que deu nome à cidade e a cidade em si, foi dada através da construção da Estrada Nova. Em 1922 a estrada é denominada Avenida Independência e em 1933 rebatizada com o nome de Avenida João Ribeiro.

Bairros periféricos como o Siqueira Campos surgiam para abrigar as pessoas vindas do interior, era o êxodo rural provocado pela grande seca ou pelas perseguições de Lampião aos rivais políticos. Esta fuga foi o primeiro fenômeno geográfico de diferenciação social em Aracaju.

As terras de maior valor comercial faziam fronteira com o rio Sergipe - era a rua da frente, atualmente Av., lvo do Prado, mas a rua ltabaiana vai se tornando aos poucos o logradouro preferido da classe dominante.

A chegada da Petrobrás.

Aracaju entraria em um novo ciclo de desenvolvimento a partir de 1963. A recentemente criada Petrobrás chegava á cidade após a descoberta de petróleo no subsolo e plataforma marítima. O modo de vida da cidade começaria aos poucos a mudar.

A renda per capita de população crescia rapidamente e o padrão de vida também, fazendo surgir uma legião de consumidores exigentes, obrigando os prestadores de serviços a acompanhar esta evolução.

A descoberta de um novo destino.

Aracaju já se encontrava estabilizada nos anos 70. Cidade de porte médio, sem problemas de segurança nem infra-estrutura, boa densidade demográfica, belas praias e um povo simpático e de bem com a vida. Alguns turistas acidentais começavam a aparecer, muitos desembarcavam na cidade por curiosidade e acabavam ficando - há vários casos de estrangeiros morando em Aracaju após uma paixão arrebatadora pela cidade. O turismo não era explorado profissionalmente e somente em 1977 é criada a EMSETUR - Empresa Sergipana de Turismo. Até o início dos anos 80 pouca coisa havia sido feita em prol do desenvolvimento do turismo sergipano, mas uma grande guinada estava para acontecer.

O governo despertou para a grande indústria e as obras de infra-estrutura turística começaram a ser realizadas. Aracaju recebeu hotéis de nível e teve sua Orla na praia de Atalaia construída, hoje, o mais importante cartão-postal da cidade; rodovias foram implantadas para facilitar o acesso ás praias dos litorais sul e norte; outros equipamentos turísticos foram instalados e um grande trabalho de catalogação das potencialidades foi leito, aliado á divulgação nos principais veículos do pais.

Após todo este trabalho, Aracaju vai se consolidando como destino turístico - cidade caprichosa, vaidosa e acima de tudo, ousada.

Curiosidades.

O primeiro carnaval em Aracaju foi realizado em 1894. Pequenos grupos de foliões saíram ás ruas fantasiados, cantando ao som de instrumentos de percussão. Ninguém, naquela época, poderia imaginar que o carnaval brasileiro, cento e quatro anos depois passaria a ser oficialmente aberto em Aracaju. O PRÉ-CAJU se consolida como a maior prévia carnavalesca do Brasil e integra o calendário internacional de eventos da Embratur. Coisas de Aracaju!

A manifestação religiosa que agrega multidões há muitos anos é a procissão fluvial do Bom Jesus dos Navegantes, sempre realizada no dia 1° de janeiro no estuário do rio Sergipe. A primeira procissão data do ano de 1857.

A tão falada praia do Aracaju, segundo referências dos jornais de 1855, designava a atual praia do Bairro Industrial, local onde ocorreu a sessão extraordinária da Assembléia que aprovou a mudança.

Aracaju vem da língua Tupi e significa "cajueiro dos papagaios". Outras versões existem, sendo esta a mais aceita.



Praia Formosa , hoje 13 de julho.



Na madrugada de 13 de julho de 1924, a cidade de Aracaju era sacudida por cruento tiroteiro, alimentado pelo matraquear das metralhadoras do 28o Batalhão de Caçadores, cuja corporação havia sido sublevada pelo capitão Eurípedes de Lima e tenentes Augusto Maynard Gomes, João Soarino de Melo e Manuel Messias de Mendonça para apoiar a Revolução Paulista de 1924, que havia estourado na cidade de São Paulo, a 5 de julho, sob a liderança do general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa, João Cabanas e Joaquim Távora, conta o presidente da República, Artur da Silva Bernardes. O objetivo desse movimento de oposição a Bernardes era por fim à oligarquia do Partido Republicano Paulista e Partido Republicano Mineiro, que impunham sempre em seus conchavos os presidentes, impedindo assim que se manifestasse livremente o desejo do povo na escolha do chefe da nação.

Crises militares foram uma constante na primeira fase da República, mas, a partir de 1922, elas ganhariam um novo protagonista: a oficialidade de baixa patente, de que decorreu a denominação "Tenentismo". Encarnando as aspirações da classe média urbana, esses revolucionários pugnavam pela adoção do voto livre e secreto e pela moralização dos costumes políticos.

O primeiro levante tenentista teve lugar no final do governo do presidente Epitácio Pessoa, com a Revolução do Forte de Copacabana. Enfrentando uma grave crise militar, provocada pela publicação na imprensa de cartas ofensivas às Forças Armadas, atribuídas ao candidato Artur Bernades, Epitácio Pessoa determinou o fechamento do Clube Militar e a prisão do seu presidente, Hermes da Fonseca. Dois meses depois, a 5 de julho de 1922, revoltaram-se as guarnições dos fortes do Vigia e de Copacabana, neste último sob o comando do capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do ex-presidente. A revolta, contornada em dois dias, não teria maiores conseqüências, não fosse o episódio dos 18 do Forte de Copacabana, quando o tenente Antônio Siqueira Campos e dezesseis companheiros negaram-se a capitular e marcharram para a praia, onde a adesão do civil Otávio Correia. Ali, enfrentaram sozinhos as tropas do governo. No combate, morreram os tenentes Nilton Prado e Mário Carpenter e o civil Otávio Correia.

A Revolta de 13 de julho, associada ao 5 de julho, marca o início do movimento tenentista em Sergipe. Os revoltosos atacaram o Palácio do Governo, que foi defendido pelo tenente Stanley Fernandes da Silveira. Na luta, morreu o soldado José Martins de Castro e saíram feridos o cabo Macílio Cordeiro Santana Bárbara e o soldado Manuel Inácio Teles. No ataque ao Quartel da Polícia Militar, situado na antiga rua da Frente, hoje Ivo do Prado, onde funcionava a Secretaria da Educação morreu o soldado José Rodrigues de Oliveira e muitos ficaram feridos. O Telégrafo Nacional e a Estação Ferroviária, esta última localizada nas proximidades do Mercado Thales Ferras, foram ocupados simultaneamente. Recolhiam-se presos ao Quartel do 28o Batalhão de Caçadores, então localizado na atual praça General Valadão, onde hoje está edificado o antigo Hotel Palace de Aracaju, os oficiais que não aderiram ao movimento, a começar pelo seu comandante, major Jacinto Dias Ribeiro, capitães Augusto Pereira, Misael Mendonça e Galdino Ferreira Martins e os tenentes Heráclito D'Ávila Garcez, Antenor Cabral, João Batista de Matos e José Figueiredo Lobo, filho do ex-presidente do Estado de Sergipe, José Joaquim Pereira Lobo.

Na mesma madrugada, era também preso o chefe de Polícia, Ciro Cordeiro de Farias, e a resistência do governo estadual ficava fraca e acéfala, tendo os revoltosos ocupado todos os pontos estratégicos da capital.

No dia seguinte o presidente (governador), do Estado, Dr. Maurício Graccho Cardoso, era preso e recolhido ao Quartel do 28o BC, juntamente com alguns auxiliares do primeiro escalão, entre eles o Dr. Hunald Santaflor Cardoso e o secretário geral do governador, Dr. Carlos Alberto Rolla. O governante ficou incomunicável enquanto durou a revolta.

Formada a Junta Governativa, logo passou-se à convocação de reservistas e de voluntários. Aracaju estava em pé de guerra. Enorme era o aparato bélico nas suas ruas e areais.

Preocupados com um possível desembarque de tropas contrárias pelo mar, os revoltosos cuidaram logo de minar a barra do rio Sergipe e de estacionar o caminhão Sergipe nas brancas areias da praia Formosa, voltado para o canal. Ali também, colocaram mais dois canhões, um denominado de União Faz a Força e o outro conhecido por 42, mortífera arma alemã da Guerra de 1914. Na praia Formosa, cavaram vários trincheiras e levantaram barricadas com sacos de areia.

A resistência à possível reação dos bernardescos não ficou só em Aracaju. O tenente Maynard deslocou tropas para a vila do Carmo, atual Carmopólis, ao Norte, visando conter o Batalhão Hercílio Brito, que marchava contra as suas posições com mais de 80 homens em armas e muito cangaceiros procedentes do Baixo São Francisco. Tropas de Maynard foram ainda enviadas para São Cristóvão e Itaporanga D' Ajuda, ao Sul. Sabia-se, outrossim, que partia de Simão Dias uma coluna comandada pelo coronel Pedro Freire de Carvalho, objetivando defender o presidente do Estado, em poder dos revoltosos.

Em Salvador, o general Marçal Nonato de Farias era encarregado pelo governo federal de restabelecer a ordem em Sergipe, sufocando a revolta e reconduzindo ao governo o Dr. Graccho Cardoso. Para essa tarefa, contou com mais de mil homens, procedentes de várias unidades militares, a começar pelo 20o BC, de Alagoas; 21o BC, de Pernambuco; e 22o BC, da Paraíba. Contou, mais, com soldados das Polícias Militares da Bahia e de Alagoas, alem do Batalhão Hercílio Brito.

Na verdade, só revoltosos do 28o BC cumpriram o articulado com os camaradas paulistas. Em São Paulo, o governo federal reagiu logo, bombardeando a cidade às cegas, atingindo civis e residências. No final de julho, o comando revolucionário evacuou a cidade, dirigindo-se parte de suas tropas para o Sul, onde se juntou às forças do capitão Luís Carlos Prestes, e parte para Catanduva, onde ainda houve uma resistência por alguns meses.

As tropas de Prestes haviam surgido no Rio Grande do Sul, como decorrência da Revolução de 1924. Quando se uniram à Coluna Paulista, formaram um novo destacamento revolucionário, a Coluna Preste, que por quase três anos percorreu 36.000 Km pelo interior do Brasil, através de quase todos os Estados, divulgando o programa revolucionário do tenentismo e travando uma série de combate com as forças do governo.

O restabelecimento da ordem legal em Sergipe tornava-se, contudo, missão espinhosa para o general Marçal Nonato, desde quando teria que cumpri-la sem derramamento de sangue e sem negociar condições de rendição com os revoltosos.

Por outro lado, o capitão Euripedes de Lima, em nome da junta Governativa, anunciava às autoridades e ao povo em geral que os revoltosos estavam preparados para reagir a qualquer provocação ou afronta. Dizia, mesmo, que a deposição do Dr. Graccho Cardoso não se prendia à política estadual, absolutamente. Atendia, isso ao movimento revolucionário.

O primeiro choque dos revoltosos com o Batalhão Hercilio Brito aconteceu nos arredores de Carmópolis e os ribeirinhos fugiram desesperados ao primeiro tiro de um velho canhão.

No Rio de janeiro, o Congresso Nacional decretava no dia 14 de julho o Estado de Sítio sobre São Paulo, que se estendia aos Estados de Sergipe e Bahia.

Respaldado com instrumentos legais, o general Marçal Nonato montou a operação para restabelecer a legalidade em Sergipe. Seria uma campanha conjunta de mar e terra. Para isso contou com navios da Marinha de Guerra e locomotivas da Ferrovia Leste Brasileiro.

Devido às dificuldades ao desembarque que teriam as tropas legalistas na praia Formosa, o executor do sítio em Sergipe preferiu desembarcá-la nas praias da Estancia.

Com efeito, no dia 24 de julho, por cerca das 10 horas, os navios Comandante Miranda, Iris, Maraú e Canavieiras singravam as águas do rio Real e Piauí, desembarcando as tropas e os equipamentos no Crasto, em Santa Luzia do Itanhy.

Defronte da praia do Mangue Seco, ficando ao largo o contra-torpedeiro Alagoano.

O cerco aos revoltosos apertava. O general Nonato proclamava a 25 de julho, na Estancia, que todos os atos praticados pela junta Governativa estavam nulos. Adiantava que até o momento do restabelecimento da ordem constitucional todas as autoridades de deviam-lhe obediência, situação que somente cessaria com a reposição do Dr. Graccho Cardoso no governo do Estado.

Ajuntados os primeiros preparativos, a tropa da Polícia da Bahia foi unir-se a segmento do Exército em Salgado. Daí partiram para Itaporanga D'Ajuda, onde os revoltosos recuaram para São Cristóvão e, de São Cristóvão, recuaram ainda mais para Aracaju, em que a resistência foi efêmera fazendo-os capitular. Em Carmópolis a resistência foi maior, em que pese o porfiado tiroteiro que abafou a retaguarda dos tenentes.

A calma somente voltou a reinar em Aracaju a 03 de agosto. Revoltosos eram capitulados e levados ao Quartel do 28o Batalhão de caçadores, outros entregavam-se voluntariamente. O tenente Augusto Maynard, auxiliado pelo amigo Brasiliano de Jesus, conseguiu fugir ao cerco e bateu-se em São Paulo, sendo preso e conduzido à ilha da Trindade, localizada a 1.150 Km a leste do Estado do Espirito Santo, que se havia transformado em prisão militar. Mais de 500 pessoas foram indicadas em processos criminais, porém os ideais de liberdade permaneceram vivos entre os sergipanos.

Com Maynard, nascia em Sergipe a liderança na luta contra a casa-grande e a cana-de-açúcar, na expressão do professor Artur Fortes.

O coroamento, porém, do movimento tenentista em Sergipe, deu-se com a Revolução de 30 e, principalmente, com a nomeação do capitão Augusto Maynard para Interventor Federal do Estado.

E, em homenagem, a praia Formosa transformava-se em "Praia 13 de Julho", pelo Ato no 11, do Intendente Municipal Camilo Calazans, publicado no Diário Oficial de 28 de novembro de 1930, em que Augusto Maynard Gomes foi reconhecido com o grande líder militar do levante de 13 de Julho de 1924.

Ponte do Imperador - Aju/Se





A Ponte do Imperador foi construída em 1860 para desembarque do Imperador D. Pedro II. Originalmente feita em madeira e reconstruída em 1936 em ferro e cimento, a ponte repousa serena e majestosa sobre o Rio Sergipe, em frente à Praça Fausto Cardoso, constituindo um dos principais monumentos históricos de Aracaju

Conheça Maceió - História da cidade

O povoado que deu origem a Maceió surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava em Pajuçara Manoel Antônio Duro que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena. O povoado que deu origem a Maceió surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava em Pajuçara Manoel Antônio Duro que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena.
As terras foram transferidas depois para outros donos e em 1673 o rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena a construção de um forte no porto de Jaraguá para evitar o comércio ilegal do pau-brasil.
O nome Maceió tem denominação tupi "Maçayó" ou "Maçaio-k" que significa "o que tapa o alagadiço". O povoado tinha uma capelinha em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres construída onde hoje está a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II. O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jaraguá sendo desmembrado da Vila das Alagoas em 05 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio.
Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas iniciou o processo de transferência da capital para Maceió, um processo tumultuado que encontrou resistência de homens públicos e da câmara Municipal. Uma expedição militar de Pernambuco e da Bahia chegaram a Maceió para garantir a ordem e no dia 16 de dezembro de 1839 foi instalada a sede do governo em Maceió. A partir daí Maceió consolidou seu desenvolvimento administrativo e político. Teve início uma nova fase no comércio e começou a industrialização.
As principais atrações da cidade são suas praias, destacando a piscina natural da Pajuçara, a lagoa de Mundaú, os mirantes e os núcleos artesanais, onde se destaca o bairro do Pontal da Barra. Além das festas tradicionais, a cidade comemora a festa de sua padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres (27 de agosto), o aniversário de Maceió (5 a 9 de dezembro) e o Maceió Fest (carnaval fora de época que acontece no mês de dezembro).

Salvador da Bahia - história

Salvador da Bahia - história



Em 1501, um ano após o descobrimento do Brasil, Amérigo Vespucci chegou na Baía de Todos os Santos. O dia coincidiu com o feriado de Todos os Santos (1. de Novembro), fato que originou o nome da baía. Em 1549 a coroa portuguesa declarou Salvador a capital do Brasil (titulo que perderia em 1763 para o Rio de Janeiro) e a cidade, com 25.000 habitantes, tornou-se o maior centro urbano ao sul do equador.



A partir de meados do século 16, Salvador serviu como maior porto de entrada de escravos africanos no Brasil. A cidade herdou costumes e tradições da África e é hoje um exemplo interessante da integração de culturas distintas, originando a mística cultura afro-brasileira. Ao se forçar escravos a louvar santos católicos, fundiu-se o catolicismo com religiões africanas. Santo Antônio é louvado como Deus Oxumaré, São Jorge é Ogum, etc.



Diz-se que Salvador tem 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Por outro lado, os atabaques do candomblé ressoam das ruas e vielas em louvor aos Orixás. Algumas igrejas, principalmente a famosa igreja do Bonfim, são freqüentadas tanto por católicos como por seguidores do Candomblé.

Nota: Este texto e parte da introdução do livro Salvador da Bahia 100 Colorfotos. No livro em questão você poderá ler uma introdução mais detalhada.